• Quem ama também pode se soltar na cama
  • Quem ama também pode se soltar na cama


    Numa conversa com um amigo, perguntei como andavam as coisas no namoro. Papo vai, papo vem e ele me diz que se sentia bem, mas um pouco travado com a namorada. Ele tinha receio de ser 100% sexual com ela, o que incluía enviar nudes no horário de trabalho, sugerir umas coisas novas, falar putaria na hora do sexo e coisas do tipo. Estranhei o porquê disso, afinal de contas, se a gente tá com uma pessoa, é normal que nós desenvolvamos confiança.

    Mas acho que não é bem o caso.

    Talvez seja natural esse receio em ser safado com a pessoa que a gente ama. Ainda existe uma separação (que não deveria existir) entre sexo e amor. E ainda tem gente que acha que a pessoa amada é intocada e serve prum sexo cotidiano tradicional, sem a liberdade do sexo casual ou do sexo pelo sexo com alguém com quem o tesão fala mais alto que o afeto.

    A gente costuma se liberar muito mais quando sabe que não tem outros pontos da relação em jogo. Falar de sexo a três, swing, voyeurismo e outras coisas parece um absurdo porque criamos uma culpa cristã em ver nossos amados nessa posição. E escondemos desejos e outras vontades que poderiam melhorar muito mais a relação com eles na cama.

    Que mal tem em dizer pro teu namorado que tu curte uns tapas, nada de “eu te amo” e que ele te trate como uma putinha? Que mal tem em dizer que adoraria fazer uma DP ou vê-lo comendo alguém ou que morre de vontade em ir num clube de nudez pra ficar se exibindo? Tudo isso é saudável pra relação e pode aumentar a tua cumplicidade. 

    Talvez o primeiro e necessário passo seja romper com a ideia de que namorados são santos. Todo mundo sente tesão, todo mundo tem desejos secretos, todo mundo adora uma putaria na hora do vamos ver. O que tem que rolar é jogo aberto, muito papo e nada de forçar a barra. Num segundo momento, abrir a cabeça é ideal: parar de achar que existe um modelo certinho e redondo de relacionamento a ser seguido. Achar que consolo, punheta e fetiches são traição. Pelo contrário: partilhar do tesão com a pessoa que tu tá comprometido é uma forma de prazer a dois (ou a três, quatro, cinco e quantos você quiser). 

    A gente precisa deixar esse medo de ser safado pra lá, porque senão seremos eternos frustrados com as nossas vidas sexuais. E isso vai fazer com que a gente ache que o problema é o outro que não nos satisfaz. Nada disso, o problema geralmente é com a gente e com a nossa forma de encarar o sexo como algo sagrado, cheio de culpa, tabus e impossibilidades.

    daniel


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