• Deitar no peito de alguém  não significa querer casar
  • Deitar no peito de alguém


    não significa querer casar


    Uma das situações mais comuns dos dias de hoje é a facilidade que se tem de encontrar pessoas novas. Veja bem, friso aqui pessoas novas. Não disse exatamente que são interessantes ou super legais ou que seja fácil encontrar o tal amor da nossa vida. Mas, humanos que somos, não desistimos tão fácil. E dá-lhe Tinder, redes sociais e outros aplicativos para facilitar essa busca.

    Num dos encontros proporcionados por um match de domingo à noite, ouvi a seguinte frase do guri: “acho engraçado como as pessoas são hoje em dia, ninguém consegue ter um sexo maduro”. E não tinha entendido de primeira o que ele queria dizer com isso. Seria sexo com “maduros” (pessoas já não tão jovens) ou então alguma nova técnica sexual que eu desconhecia? Seria um sexo mais sério, comprometido, cheio de intelectualidade? Pedi pra explicar. Acabou sendo a melhor coisa que ouvi de alguém nos últimos tempos.

    A ideia de sexo maduro é simples e puramente o ato da gente não se prender à atitude de quinta série que é trepar com alguém e sair fora sem se esquecer que deitou com um ser humano, não com uma boneca inflável. É aquele papo da gente ter consciência de que pode ter um jantar maneiro, abrir uma garrafa de vinho, falar sobre a família e os amigos, sobre o que espera do futuro, sobre os problemas, trocar um carinho bacana e ir parar na cama. Que deitar no peito de alguém não significa casamento, mas um bom momento de intimidade entre duas pessoas. E também faz parte do pacote a maturidade em dizer que não sentiu interesse em levar a coisa pra frente, mas sem aqueles sumiços misteriosos ou encontros constrangedores na rua. Não parece difícil, né?

    Mas não é o que a gente faz. A maioria de nós dá chá de sumiço e morre de rir (com vários “hahaha” nos chats) quando tenta desconversar. Não conseguimos falar “ah, cara, eu adorei a tua companhia naquele dia e era exatamente o que eu queria, mas só”. E também não conseguimos prolongar os bons papos sem que tenha sido só uma arma pra amaciar o outro, aquela velha coisa de tratar a pessoa bem antes de comê-la ou dar pra ela, sabe? O tal do sexo maduro nada mais é do que um sexo mais permissivo, sem medo, sem pular da cama do outro às 3 da manhã por achar que vai acordar com um pedido de casamento. O mesmo vale pro inverso: é o tal sexo que pode ter carinho, uma puta conversa e identificação, mas não ser exatamente o que o outro quer naquele momento.

    Saí da casa do gajo com outro pensamento sobre esse tipo de interação. Sobre como nós somos covardes e fugimos da raia por pura falta de tato (ou, às vezes, por canalhice mesmo). Pensei em quantas vezes perdi conchinhas deliciosas e um papo super legal porque “não era o meu momento”, e eu podia ter explicado isso pra quem me oferecia cama. Quando nós somos sinceros, as chances da coisa toda não virar treta é bem maior. E as chances de conseguirmos chegar ao tal sexo maduro também.

     daniel


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