Pode respirar aliviado, amigo: nem toda mulher tem como prioridade te colocar um bambolê no dedo e te prender, para sempre, no visgo de um casamento ou de um relacionamento sério.
As mulheres do século XXI têm outras prioridades. Estão ocupadas pensando na faculdade, no mestrado, no intercâmbio, na próxima viagem, nas bads da melhor amiga, nas próprias bads, no show de sua banda preferida que está marcado para o mês que vem – porque as mulheres do Século XXI, perceba, têm uma vida e prioridades que vão além – muito além – de agarrar um homem.
O desespero pelo casamento é coisa daqueles tempos em que só ele nos tornava gente. Coisa do tempo da minha avó, em que mulher que passava dos trinta e ainda estava solteira, coitada, já não tinha serventia. O jeito era apelar para Santo Antônio ou agarrar o primeiro partido mais ou menos que lhe surgisse diante dos olhos – caso contrário, estaria fadada a uma vida vazia e mal-vista de solteirona infeliz.
A coisa, felizmente, está diferente. Inventaram smartphone, netflix e tinder pra a gente matar o tempo livre – quando a gente tem algum tempo livre. “Inventaram” também o feminismo, que tem tratado de nos avisar que nós não precisamos, necessariamente, de um relacionamento sério para uma vida dita feliz.
Algumas, é claro, ainda sonham com véu, grinalda, tapete vermelho e marcha nupcial – ou uma cerimônia simples na praia, ou um relacionamento duradouro, embora não submetido a essas formalidades, que, a essa altura, já são lidas por muitos como banais. Mas mesmo para estas, o casamento já não é uma corrida – então, pode seguir tranquilo: sua solteirice está a salvo, a menos que você decida pelo contrário.
Não precisa chorar de desespero se ela ligar no dia seguinte – ela certamente quer apenas transar de novo, te falar um pouco mais sobre ela, ouvir um pouco mais sobre você… Viver, enfim.
Deixa ela demonstrar que o seu interesse foi correspondido. Deixa ela te mostrar que é um ser humano que se interessa por outros seres humanos – por suas almas, suas dores e suas delícias – há, afinal, alguma coisa mais humana e sensível do que interessar-se pelo outro, com o sentimento confortável de que o amor não é um contrato, muito menos uma armadilha para o primeiro desavisado?
Descubra e se deixe descobrir, amigo – isso certamente não resultará em bodas de diamante, a menos que você, ela e o destino decidam assim.
Você é um homem, não é um prêmio de loteria.
