• Não trate como à la carte  quem te trata como self-service
  • Não trate como à la carte


    quem te trata como self-service


    “Estepe” no conceito popular é aquela pessoa que está ali de sobreaviso. Igual ao pneu reserva do carro sabe, apenas numa eventualidade ele é colocado na pista para negócio. Se nada de errado acontecer ele fica guardadinho dentro do carro envelhecendo, acumulando poeira e esvaziando aos poucos. Tem gente que passa meses sem precisar fazer uma troca e quando se assusta precisa dar uma recauchutada na peça. Levantar a bola, mandar umas flores e levar para jantar. Nada que alguns minutos de conversa fiada ao pé do ouvido de quem estava ansiosamente à espera não resolvam. O problema é que a gente nasceu para ser único para si e para o mundo. Se for para esperar com fome que seja pela sobremesa jamais por alguém.

    As pessoas possuem um prazer meio doentio em colecionar pretendentes como se fossem figurinhas de um álbum que precisa ser preenchido. Às vezes se esforçam tanto para conseguir exclusividade com aquele exemplar único e quando finalmente têm uma chance deixam de lado até encontrar outro mais interessante. Alimentam esperanças, oferecem doses diárias de migalhas (o que dependendo da carência pode ser mais do que suficiente para o outro), de vez em quando marcam presença apenas para manter o “gado no cerco” e quando se vê o estepe virou sinônimo de “não tinha nada melhor para fazer”. Joguinhos. Infantis, imaturos, absolutamente desnecessários.

    E ainda tem gente que cai feito um patinho nesse abismo de desculpas e justificativas esfarrapadas que têm como um único objetivo manter a pessoa ali, sentadinha no banquinho aguardando a sua senha ser chamada. Falta amor próprio, falta discernimento e falta vergonha na cara para parar de aceitar o mínimo e começar a exigir tudo o que merece. Tanta gente perdida nesse mundo e você aí correndo atrás de quem não decide se desce ou continua em cima do muro paquerando os dois lados. Tanta gente maravilhosa e disponível nesse universo e você aí esperando o gato (a) estar “pronto para se comprometer” enquanto se diverte com várias.

    Alguém já viu uma pessoa perdidamente apaixonada dizer que gosta de você, mas não está certo se quer te assumir?! Ou ainda dizer que te ama, que não quer te perder, que você é especial, mas não abre mão das outras que está saindo? Quem ama quer ficar junto, quer estar por perto, valoriza, liga, responde a mensagem, não dá bolo em cima da hora porque surgiu uma coisa mais conveniente para fazer. A dura verdade é que amor não combina com esse monte de desencontros de vontades. Quem quer faz de graça, sem um pingo de esforço e sem se sentir pressionado. Não te coloca de estepe, de segunda opção, de alternativa de fim de noite ou pós-balada na madrugada. Pare de se enganar e pés no chão para aceitar a realidade como ela é. Doa a quem doer.

    Sempre acho que sinceridade é o melhor caminho em qualquer situação. Abrir o jogo, deixar tudo às claras, colocar na mesa suas expectativas, seus desejos, seu momento de vida atual, para que a outra parte possa decidir se quer ou não colocar seus sentimentos em risco e embarcar de cabeça nessa aventura. O problema todo está na enrolação de quem quer tudo ou de quem não sabe o que quer e prefere manter vários amores à sua volta enquanto se decide. O outro pode até tentar nos manter envoltos em cercas, a gente é que precisa se libertar. Por melhor que a pessoa seja, se ela não quer tem quem queira. Premissa de vida. Rímel é muito caro para ser gasto a toa e tempo é algo demasiadamente precioso para se perder criando raízes em quem não quer ser flor. Não me quis às 20 h de sexta, não vai me ter às 4:15 da madrugada. Fim.

    danielle-assinatura


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