• Amor próprio: manda mais que tá pouco
  • Amor próprio: manda mais que tá pouco


    Hoje eu só queria dizer que a gente precisa se amar mais, sabe? Depender menos da escolha dos outros, das opiniões alheias de quem nada tem a ver com as nossas contas e daquelas expectativas tão grandiosas que nos fazem perder não somente tempo, mas muita, muita vida. O caminho é o que ele é. Existem momentos na nossa travessia em que é necessário progredir, andar para frente, sair da inércia, abandonar uma situação muitas vezes perdida. O mal do século é que a gente vem se curtindo bem pouco, aí quando já se viu envelheceu. Só, descrente, desmotivado e com quase nada de fôlego para encarar um novo amor (ou uma nova história para si).

    A gente sempre acha que tem tempo de sobra e que está tudo certo esperar aquela pessoa sair de cima de muro. Planos são imaginados, construídos, adiados, desfeitos e quando o borogodó é forte mesmo a gente cheio de esperança dá até outra chance e sonha de novo. Aceita ser segunda opção, sobrevive de migalhas, busca milhares de justificativas para o bolo de última hora quando você já estava ali, salto alto e batom vermelho na porta de casa, até encontrar uma desculpa que satisfaça nossas perspectivas, a gente simplesmente se deixa de lado. Projeta tanto um romance ou uma determinada circunstância envolvendo alguém que se esquece do ponto mais importante: a nossa felicidade.

    Em um timing tão complicado como o que a sociedade num geral vem vivendo, com tantos desencontros não só de pele, mas também de ideologias e vontades, é essencial não perder o rumo da nossa trajetória. Se o que você quer é amor de verdade, daqueles que consomem a vida inteira da gente no breve espaço de um segundo, não dá para se envolver meia boca com aquele carinha que já deixou bem claro que não está a fim de um relacionamento duradouro. Não dá para aceitar ser a solução do “não tinha nada mais interessante para fazer então te liguei”, não rola ficar engolindo sapo por quem não demonstra um pingo de reciprocidade e, sem sombra de dúvidas, não vinga ser a outra(o).

    Carência, solidão, baixa estima, frustração, milhares de sentimentos podem desencadear esse processo de aceitação de uma realidade que não está nem perto daquilo que a gente merece. Acontece que o quanto antes esses sinais são detectados, maior é a chance de ficarmos longe de furadas. A vida é curta demais para se perder sorrisos com quem apenas não está a fim de oferecer o retorno que a gente precisa. A questão é praticamente uma abstração, um amadurecimento emocional mesmo. Compreender que o momento do outro não é o mesmo do nosso, aceitar que é direito dele seguir pela travessia da forma como bem entender, e seguir em frente sem mágoas ou remorsos se o nosso carinho não fizer parte do que ele entende como felicidade.

    Eu só queria dizer mesmo é que a gente precisa se amar. Muito, sempre, a todo instante, independente de pessoa ou ocasião. Nós somos os únicos responsáveis pelas nossas decepções. Expectativa é uma coisa nossa projetada em alguém que nada tem a ver com os nossos desejos. O outro compra ou não as nossas maluquices e só. E acredite, o ser humano não é igual, mas ninguém é insubstituível. Melhor do que ficar estagnado em alguma etapa, sentimento ou ansiedade é entender que a gente não é obrigado a nada. Absolutamente nada. Vem ou não vem, não existe outra possibilidade.

    Isso de ficar esperando a menina largar o namorado para te assumir, dar um tempo para o cara resolver se quer mesmo ficar com você ou se existe alguma coisa melhor no “mercado”, essa viagem de “eu quero te ver, mas está tão difícil ultimamente” para mim não cola. E não acho que deva ser engolida por ninguém.  Tem aquele filme maravilhoso que fala que a “gente aceita o amor que acha que merece”. Então, pare de acreditar que você vale tão pouco.

    Enquanto tem gente não dando a mínima, nem o dedo mindinho para estar ao seu lado, pode ter certeza que alguma outra alma é capaz de oferecer a mão inteira e as duas pernas. Parece bobeira, mas a gente só consegue amar de verdade quando aprende a se respeitar primeiro. Corre lá e se olha no espelho com o mesmo olhar cintilante com que você anseia que o cara da padaria olhe para você. Quando essa paquera refletida der rolo você está pronta para o amor. Quando esse olhar de quem se aceita de corpo inteiro for retribuído, o mundo está pronto para devolver todo esse cuidado à você. Se ame mais. Se ame bastante. Se ame tanto que os outros não terão alternativa diferente a não ser te amar também.

    danielle-assinatura


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