• Escolha a menina errada
  • Escolha a menina errada


    Escolha a menina que bagunça. Bagunça sua vida com amor, alegria e leveza. Bagunça seus cabelos com sua mão macia. Bagunça sua casa espalhando pedaço dela por todos os lados. Escova de dente, chinelo, o biscoito recheado preferido e livros que ela termina de ler e nunca leva embora. Ela bagunça suas noites com seus abraços e suas histórias e bagunça seus pensamentos com sua gargalhada estridente e que você adora.

    Escolha a menina que quebra. Quebra seus preconceitos, suas ideia pré-concebidas e te faz ver que o mundo não é preto no branco ou certo e errado. Ela quebra seus muros de hesitação ou simplesmente pula por cima deles, te atinge de jeito e te mostra que é possível amar sem ter medo. E de vez em quando ela quebra um dos seus copos também, mas é sem querer. É que ela é desajeitada mesmo.

    Escolha a menina que briga. Briga pelas coisas que quer, vai a luta para realizar os próprios sonhos. Não tem medo de defender os próprios direitos e sabe que o seu lugar no mundo não é na cozinha ou no tanque. Briga pelo seu espaço e pela sua independência. E de vez em quando briga com você também, porque casal que não briga não existe.

    Escolha a menina que rabisca. Rabisca seu coração e torna ele azul, vermelho, amarelo com bolinhas roxas. Rabisca caminhos para vocês traçarem juntos, desenha os melhores programas de final de semana e colore suas quartas-feiras chuvosas só com a sua presença. E vive rabiscando as páginas do seu caderno com frases sem final ou número de telefone que ela não lembra mais de onde são.

    Escolha a menina que destrói. Destrói suas angústias, seus medos e suas incertezas. Destrói tudo que existe de ruim apenas dizendo que ela tem um plano – que ela não tem, ou que vai dar tudo certo – mesmo que ela não tenha certeza disso. Ela destrói e elimina tanta coisa que você tem medo que ela destrua seu coração, mas ela dorme no seu peito com a boca entreaberta com tanta segurança que você afoga o medo no amor que sente por ela.

    Escolha a menina que confunde. Confunde tudo o que você achou que sabia sobre mulheres. Confunde e desconstrói a sua ideia de que mulheres são frescas, sensíveis demais e tem medo de barata. Te confunde ao ponto de você não saber mais onde começa a namorada e onde termina a melhor amiga.

    Escolha a menina que não se preocupa. Não se preocupa se o cabelo está no lugar, se o sapato combina com o vestido, se o batom saiu depois daquele beijo. A menina que acorda ao seu lado descabelada e de maquiagem borrada e não se preocupa em correr para o primeiro espelho.

    Escolha a menina que ignora. Ignora as dificuldades e as críticas. Ignora que não sabe fazer isso ou aquilo e vai em frente e acaba fazendo mesmo. Ignora os “bons modos” que a mãe ensinou e diz que sempre preferiu comer com a mão. Ignora revistas de beleza e os “projetos de verão”. Ignora as “dicas” para fazer um cara se apaixonar e prefere ser ela mesma – talvez sem saber que é isso que faz um cara se apaixonar.

    Escolha a menina que perde. Perde a vergonha de cantar ao seu lado, desafinada como só ela sabe ser. Perde a hora para o trabalho porque cada segundo de conchinha ao seu lado é valioso demais. Perde a paciência de vez em quando, por que afinal, quem não perde?

    Escolha a menina errada. Que erra a receita do bolo, erra o caminho para aquela festa que ela disse que tinha “super certeza” de que sabia onde era. Que erra a letra da música bem na hora que todo mundo ficou em silêncio e olha pra você rindo, mais vermelha que um tomate. Escolha a menina que erra e ainda vai errar muito na vida porque todos esses erros são o que a tornaram o que ela é hoje. Escolha a menina errada e, quem sabe, se você for errado o suficiente – ela também não escolhe você?

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