Você talvez não saiba disso, mas todo começo contém em si a possibilidade de um novo mundo. O começo de um relacionamento é talvez a parte mais importante dele. E a chave para acertar aqui é só uma: a autoestima.
Sabe quando você diz que gosta mais ou menos de sorvete de pistache, mesmo odiando, só porque ele sabe de uma sorveteria que tem o melhor sorvete de pistache do mundo? Ou quando você nem está afim de ir pra balada, mas ele está animadão e você topa, dá uma desculpa pra sua vontade própria e ainda a chama de preguiça? Ou quando você cancela todos os seus compromissos pra passar um final de semana com ele? Ou pior, quando você gasta suas economias para ir vê-lo no em outra cidade? Pois é, esses exemplos nem são tão graves assim. Mas os começos podem ser devastadores se você se perde de vista. E depois não adianta culpar o cara, ele estava se apaixonando por outra e não por você. E ninguém consegue ser outra pessoa por tanto tempo, uma hora você volta à realidade. E aí? Sai de baixo, é queda livre.
Todo mundo fala sobre esse tal de amor próprio, autoestima, o ato de se valorizar, de se colocar em primeiro lugar. E muitas de nós, mulheres, afirmamos categoricamente que nos amamos acima de qualquer coisa. Mas será que você sabe o que isso realmente significa? Autoestima é gostar do que vê no espelho, se sentir bonita, atraente e eventualmente mandar um “beijinho no ombro pro recalque passar longe”. Mas por que será que enfraquecemos quando queremos conquistar alguém? Não me pergunte como, mas a paixão utiliza-se de formas ilícitas para conquistar o outro. Ela muitas vezes joga sujo, mas quem fica com as manchas no final das contas somos nós.
É claro que precisamos ser flexíveis quando estamos conhecendo alguém, nos arriscar, experimentar coisas que normalmente não fazemos e até mesmo fazer umas loucurinhas. Mas sem passar por cima de si mesmo. Observe cada detalhe sutil. Perceba se o outro não está na zona de conforto, fazendo só o que ele gosta de fazer enquanto você mergulha de cabeça na vida dele. Volte a fita nos seus relacionamentos, você vai ver como os começos definiram todo o resto.
A saída é simples: valorize mais a si mesma do que a ideia de agradar o outro. Seja você e assuma quando não tem dinheiro pra fazer tal programa ao invés de passar o resto do mês se matando pra pagar o cartão. Aceite que vocês não precisam gostar das mesmas coisas para continuarem juntos e que são justamente essas diferenças que trarão o tempero da relação. Minha mãe sempre diz (e eu só fui entender há pouco tempo): “O que é do homem, o bicho não come”. Se ele tiver que ser seu, ele será. O namorado, a vida, a experiência. Faça chuva, faça sol, você despenque ao Paquistão para vê-lo ou não, você coma abobrinha ou não, se tiver de ser, será. Ele precisa gostar de você do jeito que você é e pronto. E vice-versa, senão você vai ter aquele namorado projeto, sabe? Que você começa a namorar já pensando quando vai trocar as roupas dele, mudar o penteado, ajudar-lo a mudar de profissão. Pelo amor de Odin, é melhor ficar sozinha a ter um namoro errado desses. E boa sorte. Siga em frente de mãos dadas com você. Sempre.