• Não Existe Mais Mulher que Preste no Mundo
  • Não Existe Mais Mulher que Preste no Mundo


    Tenho ouvido muito essa afirmação. Se antes as mulheres reclamavam que a prateleira de homens bons andava vazia no mercado, hoje em dia quem se lamenta pelos cantos de que está mais difícil do que nunca encontrar bom partido bobeando por aí são os homens.

    Os argumentos são os mais variados – elas não querem saber de compromisso, não sabem o que é fidelidade, são fúteis demais, entre outros. Antes que você acene concordando aí do outro lado da tela e se compadeça com a situação desfavorável do time masculino, permita-me jogar um balde de água fria no seu sentimentalismo: o problema não são elas. É você. Sério.

    O mundo está abarrotado de gente interessante. Felizmente nem todo mundo sabe quem é a tal da Carminha, nem todo mundo rebola ao som de ai-se-eu-te-pego, nem todo mundo tem orgulho de se intitular periguete. O mundo não está tão perdido assim. Percebe-se, então, que tem alguma coisa errada na equação – se você aí, esse “puta bom partido”, só acha traste no meio do caminho, algo tem que estar errado. E se você pensar um pouquinho vai chegar à resposta – se não chegou, a gente te conta: antes de querer namorar uma mulher interessante, você precisa se tornar alguém interessante. Desculpa.

    Ouvi outro dia de um amigo que não anda na melhor fase da vida esse mesmo argumento de que não existe mais mulher que preste solteira. Um princípio de pena começou a surgir, mas então voltei ao mundo real – o cara troca mais de emprego do que de cueca, tem 30 anos e não faz ideia do que veio fazer no mundo, engordou 10kg no último ano, está sem grana até pra pro pingado matinal. E, ainda assim, ele só queria as top models, gente boa e inteligentes. Me diga: qual mulher legal, em sã consciência, iria se interessar por um sujeito assim? Semelhantes se atraem. Por isso ele somente atraía mulheres em busca de sexo e nada mais. Eu não perguntei, mas logo imaginei que ou ele transava bem ou tinha um pinto interessante. E os atributos paravam por aí. Fiquei imaginando mulheres se aproximando e, na hora do cigarrinho pós-sexo, se vendo diante de alguém que não tinha nada mais pra acrescentar às suas vidas além de uma boa foda. E por isso elas sumiam do mapa. Eu também sumiria.

    Acontece que é difícil demais olhar pro seu umbigo sujo. É muito mais fácil apontar o dedo pra sujeira do outro e colocar a responsabilidade dos seus problemas nas costas alheias. Vitimização é a principal aliada na vida das pessoas que não conseguem lidar com o fato de que estão desperdiçando sua chance de fazer algo de legal na Terra. Gente que não vive, só faz peso no mundo. Eternos mimados que acreditaram nos elogios da mãe que sempre disse que ele era incrível somente por existir. Esqueceram que elogio de mãe não vale.

    Então, antes de blasfemar aos quatro cantos que o mundo anda escasso de mulheres boas (não, boa não quer dizer exatamente gostosa), dê aquela olhada no espelho. Sim, vai doer. Calma, você vai superar. Pros casos mais graves, faça uma lista de coisas que você procura em uma mulher pra chamar de sua e veja quantos desses atributos você tem. Você quer uma mulher gostosa? Quando foi a última vez mesmo que fez um exercício?; Você quer uma mulher inteligente? Qual foi mesmo a última coisa interessante que leu na sua vida (não, aquele blog de humor não vale); Você quer uma mulher que corra atrás dos seus sonhos? Você tem corrido atrás dos seus?; Você quer uma mulher fiel? Consegue bancar ser homem de uma mulher só? As respostas podem ser mais surpreendentes do que você imagina. E aí você vai realmente entender o que as pessoas querem dizer quando falam que a verdade dói.

    É aquela velha história das borboletas no jardim – não adianta sair que nem louco atrás das coitadas, prendendo todas num vidro. Se seu jardim for um lugar legal para estar elas virão, naturalmente, antes que você perceba e sem que você tenha que implorar pela presença delas. E então você vai achar que algo milagroso aconteceu e que de repente as mulheres do mundo voltaram a ser interessantes. E, se pensar um pouquinho, logo vai constatar a triste realidade: elas sempre estiveram lá. Era você que não estava no nível delas.


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