• Seu Carro Não É a Extensão do Seu Pau
  • Seu Carro Não É a Extensão do Seu Pau


    Sempre munido do cartão de crédito, essa espécie tem como habitat natural o local onde ele possa aparecer. Não importa se a balada é no Itaim Bibi ou em Bueno Brandão, não importa o nível social, o que importa é se destacar. Seus hábitos consistem em exibir a fortuna da família da melhor maneira possível, passear com seu carrão achando que o possante é extensão do seu pau e que, por causa disso, ele consegue a mulher que quiser. Seja montado em uma Mercedes ou um caminhão, os exemplares dessa espécie têm como principal característica o exibicionismo. Na balada eles abrem a carteira sem dó, como se o dinheiro não fosse nunca problema. Faz parte do seu ritual de acasalamento ostentar sua grana para a fêmea e comprar-lhe presentes como se o sexo/amor (?) fosse uma mera troca de interesses. Essa espécie, infelizmente, está longe da extinção, e com certeza você já deve ter cruzado com um exemplar desse.

    Eu lembro no colegial de quando os meninos começavam a tirar a carta de motorista. Mal completavam 18 anos e corriam para matricular-se numa auto escola. Assim feito, eles andavam pra cima pra baixo com a chave do carro pendurada no passante da calça jeans. Deixavam assim, à mostra, como se essa peça de metal fosse um enfeite, como se equivalesse aos brincos e colares femininos numa tentativa de ficar mais atraente. Seu perfume especial, mais um artifício de conquista. Aí surgem as tais “Maria gasolinas”, que dão bola para toda essa tática, e se jogam na armadilha. Poderia culpá-las por toda essa escola de homens que acham que podem comprar o mundo, mas seria a mesma coisa que atirar pedra em Madalena. “Culpo” então essa sociedade patriarcal e machista, que ainda tem a imagem do homem como a de provedor, e a mulher como aquela que satisfaz suas necessidades em troca do sustendo da casa. Essa cena é antiga, eu sei, mas suas amarras ainda estão presas a nossa mentalidade.

    E assim, da mesma maneira que existe o homem que quer comprar, também existe e mulher que quer ser comprada. Aquela do tipo que opta pelo namorado de acordo com a marca do carro, que aceita presentes em troca de favores, que acha que dinheiro é sinônimo de amor. Do tipo que escolhe a dedo qual é o restaurante mais caro da cidade pra comemorar o aniversário de namoro, mas não pelo prazer de aproveitar um local bacana, e sim pensando na quantia que o namorado estaria gastando. Quanto mais se gasta, mais se prova o amor. Se você está atrás de um relacionamento vazio procure esses tipos, pois será uma junção perfeita. Agora, se você procura algo mais profundo, então o negócio é mudar de tática. Não me entenda mal, mulher adora um mimo, ama ganhar presente, mas odeia ter a sensação de estar sendo comprada como se fosse um pedaço de carne. E não há um limite que faça essa diferença, mas sim atitudes. É fácil perceber quando o presente em questão é um agrado ou quando tem segundas intenções, quando se quer algo em troca.

    Desconfie de homens que usam o dinheiro como poder de conquista, porque só quem não se garante nem no sexo e nem na vida, usa artifícios materiais para conquistar mulheres. Na verdade eles acham que não conseguiriam conquistar nenhuma fêmea e exatamente por isso apelam para o dinheiro. Quem diria: os mais exibicionistas são os que mais têm a esconder. Mas é melhor essa espécie de macho alfa tomar cuidado, pois toda essa ostentação pode ser sair pela culatra. Saiba que há muitas mulheres adeptas da teoria: quanto maior o carro, menor a performance.

    PS: Quantas vezes um paquera já me acompanhou na caminhada de volta pra casa porque não tinha carro e esse trajeto foi muito melhor do que o feito ao lado de um babaca dentro de um carrão.

     

     


    " Todos os nossos conteúdos do site Casal Sem Vergonha são protegidos por copyright, o que significa que nenhum texto pode ser usado sem a permissão expressa dos criadores do site, mesmo citando a fonte. "