Outro dia, conversando com um amigo, citei a minha facilidade em me envolver sexualmente com as pessoas sem sentir um pingo de necessidade afetiva nessa relação. Ele disse que não conseguia, que precisa amar para criar intimidade, que todo e qualquer sexo que ele tinha feito na vida acontecia apenas com as pessoas que ele namorava. “É, eu sou demissexual”. Demi o quê?
Calma, ele não é tão fã da Demi Lovato assim a ponto de transar só com outros fãs da cantora. Mas foi exatamente o que eu pensei quando ouvi o termo. O verbete nada mais é do que a definição de pessoas que se interessam sexualmente apenas por pessoas com quem se conectam, em tempo, pessoas por quem se apaixonam ou gente que só transa se houver amor e/ou outro tipo de conexão mais forte.
Não tem a ver com o medo de ser julgado caso transe na primeira noite nem com a insegurança típica de quem não vê a beleza única do seu corpo, tem a ver com conexão mesmo. Com a coisa de se sentir seguro e confortável porque o outro não vai virar pro lado e vestir as roupas depois de gozar, com a intimidade que vai além da nudez explicíta e pede mais pele, mais cheiro, mais química que só tesão.
O sexo não é o ingrediente principal pra relação deles, talvez seja a cereja do bolo. Não é tão importante quanto eu e você achamos, sabe? Se rolar um desencaixe futuro, paciência, outras coisas importam mais. Senti um cadinho de inveja até, confesso, já que qualquer semi-nudez de Instagram já me deixa a ponto de mandar mensagem com a maior cara de pau do mundo. Mas também senti que ele – e muita gente – deve se sentir um pouco fora do ninho nos dias de hoje, não é?
Nesses dias em que a gente esqueceu como é gostosa a sensação de se deitar com algo a mais que pele, libido, saliva e um punhado de corpos nus.
