• A pessoa certa, na hora errada, não é a certa
  • A pessoa certa, na hora errada, não é a certa


    “Você é perfeito, eu adoro você, mas estamos em tempos diferentes“. Confessa vai, todo mundo, no mundo fantásticos dos adultos solteiros,  provavelmente já falou ou ouviu esta frase, que dependendo do grau de envolvimento, pode doer tanto (ou mais) quanto bater o dedo mindinho do pé em algum móvel da casa. É um balde de água não apenas fria, mas congelante, despejado diretamente na cabeça de alguém que, desavisado pela vida, está querendo dar um próximo passo, talvez pequeno, em direção a algo mais profundo.

    Bem, cada um sabe de si, da cabeça, do coração, dos grilos, das pirações e das vontades. Cada qual sabe, ou deveria saber, em que momento se encontra e isto deve ser respeitado. Não estou entrando nesta pauta. Concordo que fluidez e reciprocidade tem como fator principal, justamente o tal do “timing”. Mas que é difícil lidar, ah isso é.

    O que eu me questiono, sempre que vejo esta máxima de “pessoa certa na hora errada” sendo bradada e propagada, nas páginas dos livros românticos, nas novelas que se passam sob o sol de Ipanema ou na mesa dos botecos ao redor da cidade é: por que a pessoa certa chegaria-oh céus-na hora errada? E se ela é realmente a certa, como você tem capacidade de arriscar perdê-la, hein criatura?

    Eu sou uma romântica incorrigível, então talvez isto soe piegas, na verdade há grandes chances de soar. Mas se eu sentisse que aquele ser é o “cara”, não deixaria escapar. De jeito nenhum. Porque acredito que a pessoa certa te faz querer largar todos os receios, neuras e compromissos, seja com a avó doente (que provavelmente está bem sã), o vestibular, o chefe tirano ou o campeonato de Badminton (que você sequer sabia da existência). Ela sempre vai chegar exatamente na hora correta, porque tudo muda quando ela chega, até o tempo se ajusta, ela vem para ficar e ponto.

    Mas se o sujeito pintou na sua vida na pior hora possível, do pior jeito possível e te fez recuar, mesmo parecendo ser a pessoa ideal, o genro ou nora perfeita, aquele que seus sobrinhos vão adorar e suas amigas suspirar, bem, pode ficar tranquilo que não é. Sossega esse frenesi interno, senta um pouco no meio fio da vida e espera. Afinal, se essa coisa de “par ideal” realmente existir, o  mínimo que ele vai fazer é vir no tempo certo. Os relógios terão ritmos semelhantes e a dança será tranquila, sem grandes acidentes de percurso. Sacou?

    Porém, caso não exista e você sabe que a coisa não está funcionando ou que a cadencia está desigual, então para de enrolar o parceiro com essa história de ” hora certa“, larga de ser trouxa e deixa a pessoa viver a vida dela. Você só nãoestá querendo ficar sozinho, admita, mas no fundo sabe que não está tão “afim” assim do outro.

    Quando a gente quer mesmo, a gente não dorme, não come, pega madrugadão, metrô, congestionamento de volta da praia e faz o “diabo a quatro” para ficar perto de quem a gente deseja. E quando a gente não quer, começa a lançar estas desculpas clichês e esfarrapadas, que cozinham o parceiro em banho maria por semanas, meses e até anos. Daí um belo dia você acorda, depois de ser fervido, requentado e dispensado, e enxerga o ex lá no altar, dizendo sim para outro alguém. É aí que você, finalmente percebe que o problema não era o tempo desajustado de vocês, mas sim o tempo que você perdeu com alguém que não se importava em te perder. Portanto, quando ele ou ela vir com esse papo, acorda, dá um gelo bem dado no fulaninho e manda pastar. Porque o tempo certo é a gente quem faz.

    ass-  loui


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