• A verdade sobre o amor
  • A verdade sobre o amor


    Amor não é aquilo que aparece na novela das nove, no comercial de margarina ou na foto editada da rede social. Não é o que vendem no dia dos namorados, o abrir a porta do carro, muito menos as palavras doces no fim de uma noite qualquer. Isso são detalhes, delicadezas, o combustível para um motor muito mais potente. O amor está naquilo que raramente se vê. Naqueles pormenores que a gente acha chato, revira os olhos, fica motivado a desistir e sair para esfriar a cabeça com os amigos. O gostar mora na permanência “apesar de”.

    Quando a voz se cala perante uma discussão desnecessária, o olhar mesmo chateado pondera antes de julgar, a gente espera os ânimos se acalmarem para deixar o coração falar, isso sim tem nome de amor. Quando a gente entende os conceitos de espaço e tempo e assimila que ambos não estão necessariamente ligados a um afastamento negativo e definitivo, quando não se estende um “mimimi” desnecessário e aprende que estar ao lado de alguém também pode significar renúncia, isso sim pode ser chamado de amor.

    As pessoas tem mania de confundir determinadas posturas com submissão ou subordinação das nossas vontades. Mas na vida, no trabalho e não seria diferente nos relacionamentos, a gente não pode ganhar sempre. Nem sempre as coisas saem da maneira que se deseja. Decidir mergulhar de cabeça na realidade de outra pessoa não é tarefa fácil, justamente porque envolve abandonar muitas das concepções ultrapassadas que vêm com a gente lá de antigamente.

    Não pode ter ego mesmo, não pode forçar para que suas ideias se sobressaiam em uma determinada situação, não pode ficar atrelado ao “mas, da última vez eu que cedi”. Acontece da gente ter que ceder diversas vezes seguidas. Não existe um manual que preconiza que cada hora um que “abaixa a cabeça”. Seria muito legal se fosse dessa forma. Acontece que nós, como nossos relacionamentos, somos de época. Tem dia que é ruim, tem mês que é um inferno astral, tem semana que a TPM está bruta e temos inúmeros períodos de paz. Compreender o momento do outro é essencial. Faz parte, não precisa ser um drama.

    Amar é fazer escolhas duras e complicadas diariamente. A simplicidade do sentimento está intimamente associada às nossas expectativas. À como a gente espera que um relacionamento seja de maneira realista, sem fantasiar. Não tem lua de mel 100% do tempo. Tem gente que fica, gente que luta, gente que sofre, gente que se reformula e se reinventa quantas vezes forem necessárias. Gente que sabe que até seu sanduíche preferido tem um defeito: engorda. A parte boa que faz gargalhar, brilhar os olhos e o coração sambar é uma consequência afortunada. Amor é todo o resto. É o comercial que passa durante o filme bonitinho. O impulso é mudar de canal, mas todo mundo sabe que a próxima cena vale a pena.

    danielle-assinatura

     


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