• Amor não se resolve com indiretas  nas redes sociais
  • Amor não se resolve com indiretas


    nas redes sociais


    Definitivamente, deveria existir um curso de etiqueta para a utilização das redes sociais. Quando bem utilizadas elas consolidam relacionamentos, favorecem amizades e, muitas vezes, criam até mesmo excelentes oportunidades profissionais. O problema é quando a gente não sabe como tirar um bom proveito da ferramenta e decide expor as particularidades de relacionamentos tão nossos para um monte de gente que, na maioria das vezes, só está interessada em emanar inveja e energias ruins. A triste verdade é que nem todo mundo que te adiciona, que curte a sua foto de mãos dadas, ou comenta um determinado status, está preocupado com a sua felicidade. Então, vai correr o risco de aguçar o olhar nada inocente do outro pra quê?

    Tem gente que briga com o namorado (a) e a primeira coisa que faz é correr na rede social para postar uma indireta. Deleta todas as fotos, altera todas as postagens amorosas, confirma presença no samba da madrugada e inclusive bloqueia o cara da sua lista de melhores amigos. Arruma o circo, faz o estardalhaço, anuncia aos quatro ventos a tão “sonhada” liberdade, para daí a dois dias os humores voltarem ao normal e tudo, incluindo o status de relacionamento, retornar ao estado original. Neste momento todo tipo de atenção já se sentou na platéia para apreciar o filme da nossa parceria. A diferença é que uns realmente ficam com aquele suspense que aperta o peito à espera do desfecho do enredo. Outros preferem transformar o drama em comédia, enquanto degustam uma boa pipoca à custa do seu sofrimento.

    Namoro, casamento, a gata que você pegou na noite passada é assunto para ser discutido entre quatro paredes, quiçá entre bons e poucos amigos. Quem se importa de verdade vai ser o primeiro a ficar sabendo de um desequilíbrio mais sério, pode ter certeza. Até porque estas pessoas costumam estar sempre bem pertinho daquilo que a gente chama de rotina. Postar a sua frustração em uma linha de tempo não atrai a compaixão da sua amiga que está morando no exterior, pelo contrário, muito possivelmente ela nem vai se dar conta do ocorrido, já aquela pessoa que está só à espreita do seu próximo deslize ela curte, comenta e se bobear, compartilha.

    Mesmo as parcerias mais saudáveis são cheias de idas e vindas. Em um dia está tudo bem, no outro nem tanto, num terceiro um não quer ver o outro nem de graça, e no final da semana os descompassos chegam a um acordo e tudo termina em beijos e abraços novamente. Tudo, absolutamente tudo, é questão de tempo. E quando não é, quem, de fato, precisa ficar sabendo disso é o seu travesseiro, o seu silêncio, uma dose de tequila e o seu amigo do peito. Qualquer um que se encontre fora desta zona de intimidade não merece ter acesso aos seus assuntos mais privados, principalmente aqueles tratam das chateações da alma e do coração.

    Sim, cada um faz o que bem entender na sua rede social. Apenas acredito que quanto menos pessoas se intrometerem na nossa felicidade, maiores são as chances de sucesso do substantivo que se entende por amor. Ninguém sabe o que se passa no conforto do sentimento de cada um, logo, só as pessoas envolvidas e aquelas muito próximas podem verdadeiramente opinar de forma sincera sobre qualquer situação a dois. Descontar toda a raiva e a desilusão em uma plataforma que, acredito eu, foi desenvolvida com o objetivo de interligar as pessoas de uma forma positiva, não minimiza a dor do momento. O melhor nestas horas sempre é o “isolamento tecnológico”. Quanto menos sinal de internet, menores as chances de dormir arrependido (a).

    Amor é coisa de dois. Não diz respeito aos seus vizinhos, aos seus colegas de trabalho, muito menos aos seus 513 amigos da rede social. Quer desabafar com o intuito de aliviar o peso nas costas e seguir em paz, liga para aquela pessoa de confiança que está com você em todas as ocasiões da sua vida. Chama para um porre, um cinema, qualquer programa que desvie a sua rota mental por pelo menos alguns segundos. Não esconda a sua dor escancarando um falso desapego. Agora, se a finalidade é “causar” e movimentar o universo social aí sim, inunda com vontade as atualizações de todo mundo. A platéia do cinema e o seu ego agradecem. Pena que não posso dizer o mesmo sobre aquilo que um dia você chamou de parceria (e sobre a ostentação que você diz ser amor).

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