• Quem é você depois do amor?
  • Quem é você depois do amor?


    Você já se perguntou quem é você depois deste relacionamento? Do que você gosta? O que prefere fazer numa sexta à noite? Quais são seus sonhos? Suas crenças? O que te faz gargalhar com vontade? Se você não sabe a resposta para estas perguntas ou se não consegue se recordar de nada que não esteja intimamente associado a quem está ao seu lado, é hora de parar onde está, e mudar de rumo. Talvez ainda exista tempo para você se encontrar pelo caminho.

    Difícil é saber exatamente em que ponto da estrada a gente se perdeu. Pode ter sido no segundo fim de semana consecutivo que você cedeu no programa a dois, na opinião que você omitiu na mesa de bar por receio dos amigos dela te acharem esquisito, no salto alto que você deixou de usar porque ele não aprova, ou naquele dia que você cancelou a cerveja com os amigos simplesmente para satisfazer os caprichos da amada.

    Se esquecer em um ponto qualquer da travessia é muito fácil, principalmente quando se trata de amor. A gente quer mimar, agradar, cativar, ser a pessoa que o outro sempre desejou ao colocar a cabeça no travesseiro. Em outras palavras, todo mundo quer ser perfeito. Se encaixar milimetricamente naquela expectativa que invariavelmente não condiz com a realidade. Aí a gente comete o erro mais fatal quando o assunto é parceria: se anula.

    Pega aquela identidade tão valiosa, cultivada ao longo de anos a base de muita bagagem extraviada e experiências não correspondidas, e guarda no lugar mais deserto que existe dentro da nossa alma: a solidão. A relação que deveria agregar, amadurecer, florir a trajetória da gente perde a leveza, o sorriso, o gosto bom que entorpece os sentidos de quem acha abrigo dentro da imensidão daquilo que a gente é. Somos o outro, suas ideias, suas vontades, suas imposições, somos tudo, menos nós mesmos.

    Se o amor nos surpreende com a falta, seja de um sentimento, uma rotina, ou uma pequena felicidade, algo definitivamente está fora dos eixos. Convivência é equilíbrio e acima de todas as coisas respeito. Respeito pela nossa história, pela nossa personalidade, pelos nossos desatinos, e por aquela versão totalmente geniosa que só agrada a quem a conhece bem. Quando é preciso deixar de lado a nossa individualidade para que alguém possa seguir de mãos dadas pela esquina que a gente escolheu, ou você está muito errado ou este relacionamento não deveria existir.

    Depois que o amor passa nós precisamos olhar para trás e ter a certeza de que, hoje, somos pessoas infinitamente melhores. A beleza do sentimento é justamente poder abandonar as máscaras, os modelos, os padrões criados socialmente, e ser feliz sem medo de não ser aceito pela singularidade que nos torna a miragem no espelho. Se as metas de vida que existiam antes do relacionamento se apagam, se perdem ou são substituídas pelos anseios do outro, a gente se distancia cada vez mais daquela autenticidade que nos faz únicos no mundo.

    Ninguém gosta de se relacionar com uma pessoa que não possui objetivos individuais. Nem o papo parece fluir e bom mesmo é quando até o silêncio tem assunto. E digo mais, o amor não encontra solo fértil onde não existe amor próprio. Para que uma parceria seja duradoura é preciso que a gente nunca se esqueça de onde veio e para onde vai. Se tornar a sombra de alguém é a pior renúncia que se pode fazer na vida. Quando o sol parar de brilhar me diz, em que parte deste abandono se esconderá você?!

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