• Ele não é a última pessoa da sua vida
  • Ele não é a última pessoa da sua vida


    Ninguém é insubstituível. Fim. Escreve no espelho, na agenda, na testa, no despertador do celular, cola na cabeceira da cama para repetir diariamente como um mantra até se tornar orgânico. Ele é lindo, mas não é o último sorriso encantador da face da Terra. Ela é extremamente delicada e cuidadosa, acontece que, ainda bem, um monte de outras mulheres são dotadas de tais predicados. Abandona de vez a ideia de que você nunca mais vai esbarrar em alguém tão “perfeito”, que o mundo não está sendo muito piedoso com as pessoas solteiras e acorda para a vida. Se já deu, adeus. A travessia é curta demais para se perder tempo em caminhos que não fazem mais tanto sentido.

    Eu sou a primeira a levantar a bandeira da permanência. Tem que lutar sim, reformular sim, persistir sim até o último suspiro de coragem. Só que, infelizmente, algumas histórias não conseguem sobreviver aos resquícios do tempo, e começam a desgastar a rotina muito mais do que a agregar boas energias. É imprescindível estar atento quando a sutileza do timing sinaliza que chegou a hora de ir embora. Saber sair é uma virtude para poucos. Nada é tão desagradável quanto um romance que passa do ponto.

    É normal ter receio, ponderar, levar dias para se firmar em uma decisão que poderia ser mais simples. O alerta é disparado quando a gente se apega com unhas e dentes ao medo de nunca mais ser feliz novamente. Aí da noite para o dia, aquele (a) que antes já havia passado dos limites, que os beijos não eram mais os mesmos, que perdeu o seu papel no enredo da nossa vida, vira “de novo” o parceiro ideal. É praticamente uma amnésia seletiva que apaga tudo de ruim que estava se acumulando no relacionamento e a gente só se lembra dos momentos bons, das qualidades, do calor gostoso dentro de peito. E para onde foi toda a frustração?!

    Postergar determinadas escolhas só serve para alimentar a dor. Deixa de carência, de comodismo e reinventa logo o significado da palavra solidão. Por mais sensacional que a outra pessoa seja, acredite, existem outros alguéns igualmente amáveis. Talvez eles não tenham o mesmo gosto por baladas alternativas iguais a você ou prefiram um cinema tranquilo a cozinhar tomando um vinho na sexta à noite. Independente dos sincronismos é possível encontrar abrigo fora de uma certeza. Aliás, nada mais incerto do que uma relação que se sustenta por medo.

    Quantas pessoas terminam um relacionamento de anos e pouquíssimo tempo depois já conhecem alguém bacana, quando nem estavam imaginando se comprometer?! Isso tem nome: permissividade. Quando a gente aceita que merece além e se permite esperar por algo que realmente valha a pena, as coisas acontecem muito mais rápido do que a gente espera. E se nenhum amor bater à porta, bom também! Quer dizer que alguma nuance dentro da gente precisa ser reavaliada e que determinadas inconsistências precisam ser absorvidas neste meio tempo.

    Digo e repito ninguém é insubstituível. Todo mundo é único, singular, e passa pela nossa história de maneiras muitas vezes incomparáveis. O que tem que ficar, fica. Então, seja o primeiro coerente a indicar a saída para o que não achou espaço dentro da sua vivência. Outra pessoa tal e qual aquela que você se relacionou não vai cruzar o seu caminho mesmo não. Mas te garanto que você vai tropeçar em amores muito melhores. Que se encaixam com uma delicadeza diferente na sua rotina, que demonstram reciprocidade, que sabem lidar de um jeito mais cauteloso com aqueles desvios de personalidade que a gente sabe que são difíceis de serem aturados. Alguém que também pode estar de braços abertos na busca por outros olhares.

    Sensatez para saber discernir o que é melhor para ambos naquele momento e sabedoria para colocar em prática. Sem boicote, sem pesar, sem vitimização. Ficar é uma decisão, ir embora é a fresta para o passarinho engaiolado: mais do que uma chance de libertação é a cura para o mal de quem não acha que é possível criar asas sozinho.

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