• Se você não sente que é especial para  alguém, provavelmente não é
  • Se você não sente que é especial para


    alguém, provavelmente não é


    Um fato quase absoluto sobre a vida é que você provavelmente é especial para alguém. Pra várias pessoas, se tiver sorte. Mas o jeito como as pessoas demonstram isso é pessoal demais para que se possa classificar: há um milhão de maneiras de mostrar ao outro que tem um lugar em nossas vidas. A maioria dessas maneiras não tem nada a ver com palavras.

    Já me senti especial para alguém que jamais foi capaz de me dizer isso sequer uma vez na vida. E já me senti dispensável – uma sensação terrível, mas corriqueira pra todo mundo, diga-se de passagem – para pessoas que repetiam incansavelmente o quanto me consideravam. É isso: a vida não é verbal.

    Tampouco a presença incansável é prova de amor. Já tive a certeza de ser insubstituível para alguém que, muitas vezes, não esteve por perto. É que a vida afasta a gente das pessoas que são importantes – e para as quais somos importantes – e isso não faz a menor diferença quando o sentimento é compartilhado com intensidade, com verdade. Um emprego novo, um intercâmbio, uma mudança inevitável de cidade, a correria cotidiana… inúmeras coisas podem cruelmente separar nossos corpos dos corpos de quem amamos, mas, por mais clichê que isso possa parecer, não muda nada no coração. É que a vida também não acontece só no plano físico.

    A verdade é que a vida acontece nos detalhes. E é nos detalhes que a gente sabe se é ou não especial para alguém. Pra quem deixa seus afazeres pra nos escutar, aperta um pouquinho sua rotina pra nos dar uma força, não poupa sinceridade quando a gente precisa ouvir a verdade. Pra quem não esquece a nossa uva predileta, pra quem sabe a que tipo de balada não deve nos convidar, pra quem cuida da gente com a sutileza que os sentimentos reais exalam.

    E esses sentimentos tão imensos quanto sutis não são quantificáveis, não são mensuráveis pela quantidade de encontros, de fotos nas redes sociais, de declarações ébrias – ou sóbrias – ou de sacrifícios feitos em nome do outro.

    Eles são ratificados das maneiras mais despretensiosas possíveis: quando o outro pede uma pizza com o sabor que a gente gosta sem que precisemos pedir, quando liga em qualquer hora inesperada, quando se sacrifica um pouquinho para estar perto ou põe a nossa música predileta durante uma viagem. Aquela pessoa que surge nos seus pensamentos quando você procura alguém com quem contar. E você suspira com a felicidade sutil que mora na reciprocidade: sim, você é especial. E não precisa de comprovação prévia.

    Sentimentos sublimes se bastam, não dependem de palavras ou de gestos grandiosos, não se agarram a grandes estardalhaços, não se abrigam sob holofotes, não precisam de tradução, são maiores que isso, tão maiores que simplesmente não necessitam de grandiosidade forjada. Sentimento é intuição. Não precisa falar: a gente sente.

    ass-nathalie


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