• A resposta para seus problemas não  está numa noite de sexo fácil
  • A resposta para seus problemas não


    está numa noite de sexo fácil


    Você provavelmente já ouviu dizer que somos a geração dos excessos. Enquanto a maioria dos nossos pais comia arroz, feijão, mistura e uma salada de alface, hoje temos acesso às mais variadas opções de comida: congelada, delivery, processada.

    Tudo no instante em que quisermos. Tamanha variedade de opções nos deixam confusos. Como na internet: somos inundados pelos mais variados tipos de informação e absorvemos tudo mais ou menos, porque se formos nos aprofundar em todos os assuntos, nunca mais sairemos da frente da tela do computador. Nos alimentamos de fragmentos, de peças soltas, e cada dia ficamos mais longe de finalmente montar o quebra-cabeças.

    Esse fenômeno também se estendeu pra área dos relacionamentos amorosos e sexuais. Se antes era preciso uma longa jornada para dar uma passada de mão em uns peitinhos, hoje em dia basta querer para conseguir sexo fácil. O conceito de Fast Food se estendeu para outros tipos de comida, se é que nos entendem. Basta uma troca de palavras, uma química a mais, uma vontade mútua para que estranhos troquem saliva e fluidos. Não haveria nada de errado em lambermos os beiços com as mais variadas refeições se esse hábito não tivesse um grave efeito colateral nas nossas vidas: a distração.

    Quem nunca se pegou pensando sobre um problema que não parecia ter solução em frente ao computador, cansou de pensar e foi logo assistir a um pornozinho clássico pra dar uma desbaratinada? Não custa nada né, é gostoso, por que não? Não é regra, mas em muitas vezes, jamais voltamos para o nosso ponto de reflexão depois de uma aliviada. Os problemas continuam a existir mas foram, mais uma vez, deixados de lado diante de outros prazeres mais interessantes da vida. Acontece que essas questões não se resolvem sozinhas. E quanto mais tempo demoramos para resolvê-las, mais nos afastamos da nossa real felicidade.

    O fato é que tudo o que tem uma conotação sexual nos distrai, nos hipnotiza, chama atenção. Desde a mulher de boca bonita chupando picolé, passando pela moça que abaixou pra arrumar o sapato e deixou escapar uma visão privilegiada da comissão de frente, até a colega da mesa do trabalho que te tira o foco em cada cruzada de pernas. Com as mulheres também acontece o mesmo. O pensamento voa diante de um volume a mais na calça de moletom, diante de braços fortes carregando alguma coisa, ou de um perfume tesônico que penetra fundo nas narinas carentes. O sexo exerce uma atração que vai além do que nossas limitadas mentes podem compreender.

    Por isso, quando fica difícil lidar com os desafios que uma relação mais estruturada promove, muita gente foge e acaba se refugiando no sexo. Mesmo se o sexo for vazio, se não significar muito mais do que uma punheta terceirizada, se significar somente a junção de dois corpos em busca de uma gozada e nada mais. Depois elas inventam qualquer motivo para ir embora e fogem o quanto antes do clima de desconforto que paira no ar pela falta de assunto. E quando o vazio chega, elas procuram mais uma vez preenchê-lo com uma comida rápida e, geralmente, com pouco valor nutricional. Mas o que acontece com os alimentos de verdade, se repete nas nossas vidas: se comemos algo com pouco valor nutricional como um salgadinho, por exemplo, pouco tempo depois estaremos com fome. E precisaremos comer novamente.

    Alain de Botton uma vez falou algo que tem se provado ser muito verdadeiro: “assim como a felicidade, uma noite maravilhosa de sexo talvez seja uma preciosa e sublime exceção.” É difícil confessar, mas esse sexo “corrido” costuma ser muito menos empolgante do que gostaríamos que ele fosse – ainda sim muita gente o prefere do que ter que lidar com questões dolorosas de seus seres.

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