• Um alguém pra chamar de lar
  • Um alguém pra chamar de lar


    O quarto dele desarrumado costuma ser mais organizado que o meu. Ele nunca acha nada nas gavetas e não consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo. Desconfio que haja algo mais gostoso do que quando a gente se esparrama pelo sofá e fico fitando aqueles olhinhos pequenos.

    Me pergunto como alguém pode ser tão bonito logo quando acorda assim. Não sei responder. Só sei que o adoro desse jeito: descabelado, com cara de sono, um shorts qualquer e chinelo no pé. Essa imagem dele pela manhã só não supera a de quando sai do banho, com o cabelo molhado, sorrindo e cheirando sabonete. No cinema, às vezes, perco cenas só para o olhar atento assistindo. Quando ele percebe e sorri envergonhado, acho que me apaixono um pouco mais.

    Eu digo que ele bebe demais, ele diz que eu bebo de menos. Acho que os dois estão certos. Adoro quando, ouvindo alguma música, ele começa cantar porque o timbre da voz dele passou a ser o meu som favorito. Dificilmente o vejo nervoso, só quando o time dele está perdendo um jogo importante, aí com jeitinho, tento acalmá-lo com alguma palhaçada até ele rir como uma criancinha.

    Ele parece ser muito extrovertido, no fundo é só um menino tímido, basta um elogio para vê-lo com as bochechas vermelhas e desviando o olhar. Se faz de durão, mas, também tem medo de alguns filmes de terror. No fim, dá tudo certo, a gente se embola entre os lençóis e todo medo se vai. Ás vezes acordo assustada com algum pesadelo, aí ele me abraça e eu caio no sono, sonhando antes mesmo de dormir.

    Ele é tão desastrado, vive quebrando coisas, porém, desde quando chegou na minha vida, só consertou coisas aqui dentro. Me fez acreditar novamente e dar sempre uma nova chance pra vida. É cheio das surpresinhas, não tão surpreendentes assim, confesso. Sempre acabo descobrindo por ele mentir muito mal. Sabe me entender como ninguém. Está sempre disposto a ajudar e por isso o mundo ficou mais bonito desde quando ele chegou.

    Tantas vezes já nos perdemos mesmo usando o GPS. Muitos atrasos e desvios de rota, mas, também paradas inesperadas, histórias engraçadas e memórias inesquecíveis, que fazem todo o resto valer a pena!

    Pensando bem mesmo, juntos nunca nos perdemos. É que todos nós possuímos um lugar único, onde nos sentimos bem e seguros, um lugar que por mais longe que estejamos, sempre queremos retornar, o melhor lugar, um lugar que muitos chamam de lar… O meu lar não é feito de tijolos e não tem endereço fixo, é qualquer lugar do mundo desde que seja ao lado dele.

    jessica


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