• Uns chamam de sorte.  Eu chamo de merecimento.
  • Uns chamam de sorte.


    Eu chamo de merecimento.


    Sempre que vir uma situação que te faça pensar: “Nossa, que sorte!”, experimente trocar sorte por merecimento – principalmente quando se trata de relacionamentos amorosos. É mais comum do que gostaríamos de acreditar encontrar “pessoas veleiro” que seguem diariamente o lema do deixa a vida me levar. E a vida realmente leva – só que nem sempre para o lugar em que você gostaria de chegar.

    Tempo gasto procurando alguém com quem realmente valha a pena passar seus dias ao lado nunca é perda de tempo – pelo contrário, é um investimento. A gente sempre gasta tempo suficiente escolhendo carro, trabalho, emprego, mas frequentemente costumamos permitir a entrada de pessoas que não valem muito a pena nas nossas vidas. E aí, sim, estamos falando de uma real perda de tempo. Porque para estar ao lado, não basta que ele ou ela faça seus olhos brilharem. Nem que te pegue gostoso no sexo. Nem mesmo que seja alguém que te respeite. É preciso haver um conjunto dessas coisas e de muitas outras para que o pacote realmente seja algo que te acrescente coisas boas na vida.

    Mas refletir é uma coisa difícil. Se questionar dói, te deixa pra baixo, te deixa confuso. E aí está uma das razões pelas quais presenciamos tantos relacionamentos vazios – e digo vazios porque não significa que eles sejam ruins, apenas são opacos, sem brilho, sem direção, sem contribuições, porque as vontades e caminhos não estão alinhados. E aí perde-se um tempo precioso da vida com alguém que não te completa de verdade, profundamente, em todas as áreas. Tem gente que acha que é difícil demais encontrar alguém que encaixe tanto, e prefere passar a vida montando um quebra-cabeça que não termina nunca, porque as peças não são as certas. E aí, muitas vezes a decisão é trair ou tocar o relacionamento com a barriga – “porque você sabe, né? Ela é bonita, uma moça de família, todo mundo precisa de uma mulher dessas do lado”. Ou “porque ele é sempre tão gentil, faz tudo pra mim, me pega no trabalho, me leva café na cama.”

    Não é de se espantar que tanta gente nos dias de hoje se sinta incompleta, mesmo com um amor ao lado. Vivemos numa época em que temos acesso a todo tipo de informação e conteúdo que quisermos, mas ficamos perdidos em meio a esse mar de opções. E toda essa rapidez com que as coisas se movem nos deixa com preguiça de pensar e refletir sobre os melhores caminhos da vida. Até que um dia, lá num futuro que parece distante, mas que um dia chega, nos deparamos com uma pessoa da qual não gostamos – e aí fica difícil mudar, foi você que permitiu se transformar nessa pessoa.

    Então da próxima vez que vir um casal e pensar “nossa, queria ter um parceiro assim também na vida”, procure saber como eles chegaram aí. Sim, pois frequentemente nos esquecemos da trajetória e só vangloriamos o final feliz. Eles provavelmente há tempos sabiam o tipo de pessoa que queriam ao lado. Eles provavelmente testaram várias opções, e aprenderam com as erradas, até que chegasse a certa. Eles provavelmente se esforçam todos os dias para manter esse relacionamento que as pessoas tanto admiram – esforço muitas vezes imperceptível diante dos nossos olhos, justamente pelo relacionamento parecer tão natural e orgânico. É como uma ginasta olímpica – todo mundo vê o salto e fica com a impressão que ele foi feito com a maior facilidade. Difícil mesmo é imaginar quantas horas de treino foram necessárias para que o salto parecesse tão natural aos olhos de quem vê de fora.

    ass-casal


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