Será que é mesmo impossível ser feliz sozinho? E, mesmo em um relacionamento, seu parceiro é o único motivo para sua felicidade? Muitas pessoas tendem a creditar no outro a razão para serem felizes, e talvez este seja o motivo de tanta frustração. São solteiros que querem desesperadamente namorar e casais que aprisionam o parceiro como se fosse uma bicicleta. Há uma onda desenfreada de carência que destrói tudo o que encontra pela frente, de uma simples paquera a um relacionamento.
Há um clichê que diz que preferimos nos interessar por quem não se interessa por nós. Ou seja: rejeitamos aquele que rasteja aos nossos pés. Escolhemos o que é mais difícil, primeiro porque somos um pouco masoquistas; segundo, porque é mais gostoso conquistar do que ganhar. Excluímos pessoas carentes, pegajosas, implicantes do nosso convívio unicamente por serem chatas. Será que você é esta pessoa e ainda não percebeu?
Ouço histórias de namorados que proíbem o parceiro de sair com os amigos, de visitar a família, de conversar com mulheres/homens solteiros e toda sorte de restrições que penso até quando o prisioneiro resistirá a essa condenação. Do lado oposto da balança, solteiros que exigem atenção de pessoas que conheceram na noite anterior, que forçam uma situação constrangedora unicamente para se sentirem especiais para alguém. Qualquer alguém.
Ser feliz sozinho é pré-requisito para ser feliz acompanhado. Acredito que a carência desenfreada, tanto na vida de solteiro quanto em um relacionamento, surge quando estamos mais empenhados em fazer o outro feliz – seja quem for esse outro – do que nós mesmos. Não tenho a pretensão de escrever um texto de autoajuda ensinando como ser feliz sozinho, até porque não existe um manual de instruções ou uma receita de bolo. Para ajudar: certa vez ouvi de um psicólogo uma pergunta e penso nela diariamente: “O que você fez de bom para você hoje?”.
Torne-se interessante para o seu parceiro e, principalmente, para você mesmo.