• Quando a Paixão Acaba
  • Quando a Paixão Acaba


    Se existe algo mais difícil do que terminar um relacionamento é terminar um relacionamento com quem se ama porque a paixão acabou. E isso acontece mais do que você possa imaginar. De repente, você olha para aquela pessoa linda ao seu lado, aquela que te ajudou tanto, que te acompanhou em boas risadas e que ficou do lado nos choros mais doídos – mas nada mais vibra por dentro. Você até tenta, mas seus olhos, apáticos, se recusam a brilhar como já brilharam tantas vezes. O sexo de repente passou a ficar tão morno que dormir juntinho passa a ser quase sempre uma opção mais interessante. As discussões, antes de casal, agora passam a ser como implicância de irmãos. Alguma coisa mudou nesse amor.

    A situação de ter que dizer na lata do outro que você simplesmente se desapaixonou é tão dura que tem gente que preferiria mil vezes ter sido traído para ter um motivo real para terminar. Tem gente que tem tanto medo de enfrentar esse momento que se recusa a tomar atitude e vai levando o namoro nas coxas, até que o outro diga a tão doída frase: não te quero mais. É mais ou menos como o funcionário que quer ser mandado embora e avacalha no trabalho. Mas o que nem sempre é fácil de se lembrar é que o primeiro e o último amor é o amor próprio. E quem se ama sabe que precisa buscar ao máximo o estado da paixão – porque ela dá brilho na vida.

    Tem gente que diz que é impossível estar apaixonado todos os dias. Eu discordo. O real observador da vida é um eterno apaixonado por ela. É como morar de frente para o mar e não contemplá-lo todos os dias – você fica automaticamente tão grato pelo privilégio de estar perto de suas águas todos os dias, que sente quase uma necessidade vital de agradecer. É assim que temos que ver a pessoa com a qual escolhemos caminhar ao lado. Porque se for pra ficar com um amor mais-ou-menos, daqueles melhor-isso-do-que-nada, melhor ficar sozinho. Se dentre um universo de pessoas você escolheu aquela para dar as mãos, que ela seja tão especial que você, toda noite, ao fazer carinho na cabeça dela antes de dormir, pense: obrigado por esse privilégio. Abrir mão disso é escolher viver uma vida opaca.

    Por isso, cuide do seu amor para que consiga se reapaixonar todos os dias, ou deixe-o ir na hora em que o encantamento se for. Seguir com um relacionamento opaco só vai fazer com que você leve essa falta de brilho para outras áreas da sua vida, e que deixe de abrir portas que poderiam te fazer cair apaixonado de novo. Em nome do respeito que devemos a alguém que nos acompanhou em uma fase da vida, precisamos saber deixar ir. O verdadeiro amor se mede na renúncia – você entende que ama aquele ser quando sabe a hora de deixá-lo para que ele seja mais feliz. Assim, você permite que páginas sejam viradas e que novas histórias surjam.

    Tem sempre aqueles pessimistas que insistem em afirmar que é impossível viver anos com alguém e ainda manter a paixão – não acredite neles. Acredite que a paixão se renova, se recicla, se transforma. Mas que não precisa se apagar. Vai ter sempre alguém pra tentar te fazer ver o lado ruim da vida, mas fortes são os que, apesar de tudo, ainda enxergam as coisas boas – e são gratos por elas. Vai ter sempre alguém que vai olhar aquele sol alaranjado tingindo o céu poente e vai reclamar que o brilho cega os olhos. Mas pra esses não adianta explicar mesmo. São poucos os que entendem a importância das sincronicidades da vida.

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